Atrás da parede da minha casa, bem colado no meu quarto, têm
um aviário natural. Um terreno inutilizado, onde as plantas cresceram
livremente e as árvores deram sombra e abrigo a vários bichos. Mas nada de
muita grasnação, na verdade chega a ser bem bucólico, a ordem do ambiente
parece ser bem obedecida.
De manhã cedo os bem-te-vis se espreguiçam, os canários
começam a aquecer a voz e os papa-capins açoitam nos galhos aquecidos pela
alvorada. A tarde eles sempre voltam, para descansar as penas, ou me cantar
alguma voada.
Quando tem crianças, elas piam baixinho da altura do meu
ouvido. Pela parede da para saber que a mãe chegou com comida no bico.
Basta começar a cair o sol e todos voltam para seus pousos.
Passarinho não gosta de vento frio, prefere dormir cedo para voar cedo. Rolinha,
Galo de Campina, Bico de lacre, Curió, Sibite, Anun, Pardal e Azulão, cada um
com sua turma. Depois de muito bater de asas e alguns gritos de despedida ao
sol eles vão dormir ronronando.
É então que acorda o dono da noite, o vigia noturno, aquele
que no silêncio da noite gorjeia os sonhos que teve durante o dia. Assim ele
faz a todos um embalo que nos levam voando pelo sonho.
Passarinho gosta mesmo é de voar. Ele voa e eu voando!
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